5 de dezembro de 2008

SIDA/África: Por cada pessoa que inicia tratamento, entre quatro a seis contraem o vírus

19 05 2008
Por cada pessoa em África com HIV/SIDA que inicia um tratamento anti-viral, outras quatro a seis são infectadas pelo vírus, revela hoje um relatório do Banco Mundial, que anunciou uma nova estratégia para combater a epidemia.

O relatório do Banco Mundial, intitulado “Sida em África: Plano de Acção 2007-2011″, refere que o HIV/SIDA vai continuar a ser um desafio económico, social e humano “sem precedentes num futuro previsível” e lembra que a África subsariana continua a ser “o epicentro global da doença”.

O documento adianta que cerca de 22,5 milhões de africanos são doentes seropositivos e que o HIV/SIDA foi responsável por mais “de 20 por cento das mortes registadas em África em 2000″.

Como resultado desta epidemia, o Banco Mundial estima também que 11,4 milhões de crianças e menores tenham perdido um dos seus pais, destacando que “90 por cento das crianças seropositivas no continente vivem na região da Africa subsariana”.

Estimativas do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/Sida (UNAIDS), citadas no estudo, referem ainda que cerca de 2,2 milhões de crianças menores de 15 anos estavam infectadas com o vírus em 2006.

O relatório apela aos países africanos para continuarem a desenvolver “esforços de prevenção para atrasar e inverter a taxa de novas infecções com o vírus”, sublinhando que a doença constitui a “principal causa de morte prematura no continente, especialmente entre jovens e mulheres”.

Dados de 2007 do mesmo Programa indicam que a doença é “predominantemente feminina”, uma vez que 61 por cento das pessoas infectadas são mulheres.

“Mais de 60 por cento das pessoas com HIV em África são mulheres, sendo as jovens do sexo feminino com idades compreendidas entre 15 e 25 anos seis vezes mais susceptíveis de contrair a doença do que os jovens do sexo masculino na mesma faixa etária”, lê-se no documento.

O Banco Mundial lamenta também no seu relatório que apenas “pouco mais de um quarto dos doentes infectados em África que necessitam de tratamento estejam a ser tratados”.

Além da “falta de verbas” e a “sobrecarga dos sistemas nacionais de saúde africanos” - que enfrentam inúmeros desafios sanitários e têm pouca capacidade de resposta - o relatório aponta a estigmatização e discriminação dos doentes como outros dos maiores obstáculos para garantir o acesso destas pessoas ao tratamento.

No relatório, o Banco Mundial - que mobilizou mais de 1.5 mil milhões de dólares para mais de 30 países da Africa Subsariana desde 2000 - afirma que vai mudar o seu “papel inicial de resposta de emergência” como principal financiador de programas HIV/SIDA para uma “nova missão que ajude os países a melhorar a gestão dos recursos para lidar com a doença”.

Nesse sentido, o organismo apresentou na sua estratégia 2007-2011 vários objectivos prioritários como aconselhar os países na gestão complexa do financiamento internacional e reforçar a supervisão e avaliação da capacidade dos países no acompanhamento da eficiência e eficácia dos seus programas HIV/SIDA.

(RTP - 15.05.2008 )
Pfonte: CRIASnotícias

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Quanto mais cedo for detectada a infecção mais eficaz será o tratamento e mais anos de vida terá.