22 de novembro de 2009

Saúde Vacina contra gripe A encomendada por Portugal divide autoridades suíças

A vacina contra a gripe A encomendada por Portugal continua a gerar algumas dúvidas lá fora. Na Suíça, por exemplo, a autoridade do medicamento insiste em não administrar a Pandemrix a pessoas com menos de 18 anos e a mulheres grávidas. Contudo, o organismo responsável por questões de saúde pública, à semelhança da agência europeia do medicamento, já reiterou a segurança da vacina da farmacêutica GlaxoSmithKline a partir dos seis meses de idade.

“A autoridade suíça do medicamento continua a não autorizar a utilização da Pandemrix nas crianças com menos de 18 anos”, explicou hoje à AFP o vice-director da Swissmedic, o organismo do país equivalente ao Infarmed em Portugal. Da mesma forma, Hans-Beat Jenny informou que a vacina pandémica deste laboratório britânico continua também interdita a mulheres grávidas.

Em causa está o adjuvante que é administrado juntamente com a vacina e que visa potenciar o seu efeito. A Pandemrix não foi aprovada pelos Estados Unidos devido à presença do adjuvante esqualeno na sua composição, que alegadamente poderia causar danos à saúde dos que a tomam. Mas o Infarmed já esclareceu que o esqualeno tem sido utilizado em várias vacinas e é, aliás, uma substância que está naturalmente presente no organismo.

Mas, mesmo dentro da Suíça, esta decisão não gera consenso. O organismo de saúde pública que depende do Ministério do Interior desde a semana passada que recomenda que a vacina britânica seja administrada a partir dos seis meses de idade. “A vacina Pandemrix é preferencialmente recomendada, a partir dos seis meses, pois permite obter em todas as idade uma protecção muito boa com uma só dose (salvo para os indivíduos imunodeprimidos)”, explicou o organismo, citado pela AFP. Uma diferença de opiniões que está a comprometer a campanha de vacinação no país, lançada em meados de Novembro, e que está a decorrer de forma “lenta” e “confusa”.

Recorde-se que na sexta-feira a autoridade europeia do medicamento (EMEA) comunicou que basta uma dose de vacina, se a pessoa não for imunodeprimida, para que a vacina contra a gripe A seja eficaz, o que permite que Portugal imunize cerca de seis milhões de pessoas. De um total de 152 mil doses disponíveis para hospitais e centro de saúde, cerca de 50 mil já foram administrados nos centros de saúde.

Num comunicado, a agência referiu que os dados das várias vacinas foram revistos e reafirma a segurança e eficácia dos três produtos no mercado europeu (Celvapan, Focetria e Pandemrix, esta última a escolhida para Portugal). Segundo explicam, no caso da Focetria e da Pandemrix uma única dose é capaz de garantir a resposta imunitária suficiente para proteger o organismo do vírus H1N1 em alguns grupos etários. No caso do produto disponível em Portugal, bastará uma dose para as crianças a partir dos dez anos, adolescentes e para os adultos (incluindo os idosos). Doentes crónicos e crianças com idade inferior aos dez anos deverão receber duas doses.

Efeitos secundários são os esperados

Também na sexta-feira, a EMEA informou que as pessoas que já foram vacinadas na União Europeia permitiram comprovar que as vacinas pandémicas não estão a provocar efeitos secundários além dos que eram esperados: febre, náuseas, dores de cabeça, reacções alérgicas e reacções no local da injecção. "Um muito reduzido número de casos da Síndrome Guillain-Barré e de morte fetal foi reportada em doentes que foram previamente vacinadas", acrescenta o comunicado, concluindo que está a ser reunida a informação mas que, com base no que se sabe, não existe evidência de uma ligação destes casos à vacina.

Por seu lado, na quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde informou que reuniu informação de 16 dos 40 países onde estão a decorrer as campanhas de vacinação contra a gripe A e reafirmou que os 80 milhões de doses administradas comprovaram que os efeitos adversos são "raros" e estão dentro do previsto. Por isso, a OMS insiste que a vacina é tão segura como a sazonal e muito importante para prevenir os efeitos da pandemia nos principais grupos de risco - como grávidas e crianças. A organização assegura, ainda, que não houve nenhuma morte que se possa atribuir à vacina.

Fonte PÚBLICO.PT

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