SIDAdania Lusófona

N E W S

24 de novembro de 2009

HIV: Infecções diminuíram 17 por cento em oito anos

Prevenção e acesso a medicamentos produzem resultados
Maior acesso a medicamentos antiretrovirais contribuiu para diminuir o número de mortos por infecções com HIV em 10 por cento nos últimos cinco anos. Nos últimos oito anos, e graças sobretudo à prevenção, o número de novas infecções baixou 17 por cento.
Os novos números foram apresentados pela Organização Mundial de Saúde e pela ONUSIDA (o programa das Nações Unidas para o HIV/sida). Segundo esta organização, há hoje 33,4 milhões de pessoas infectadas com o HIV em todo o mundo.

O número subiu - eram 33 milhões em 2007 - porque há menos pessoas a morrer com HIV.

“Desde o início da epidemia, perto de 60 milhões de pessoas foram infectadas pelo HIV e 25 milhões de pessoas morreram de causas ligadas ao HIV”, indica o relatório anual do organismo da ONU. “A tendência dos últimos oito anos indica uma diminuição de novas infecções de 17 por cento” desde 2001.

“A boa notícia é que temos provas de que as diminuições que observamos se devem, pelo menos em parte, à prevenção”, felicitou-se o director executivo da ONUSida, Michel Sidibé, citado num comunicado.

Na África subsariana, o epicentro da pandemia global, o número de novas infecções desceu cerca de 15 por cento desde 2001, o que equivale a cerca de 400 mil infecções a menos só durante 2008.

A directora da OMS, Margaret Chan, defende que estes números são a prova de que “é tempo de redobrar esforços e salvar muito mais vidas”. “O investimento internacional e nacional no tratamento do HIV produziu resultados concretos e mesuráveis.”

Fonte PÚBLICO .PT

23 de novembro de 2009

Cantora Annie Lennox recebe o prêmio “Mulher da Paz” pela sua luta contra a Sida na África do Sul

A cantora escocesa Annie Lennox foi escolhida na passada quarta-feira, 12 de Novembro, a “Mulher da Paz 2009″ por seu compromisso na luta contra a Sida na África do Sul, ao concluir, em Berlim, a décima cúpula das pessoas premiadas com o Nobel da Paz.

A cantora da dupla Eurythmics, famosa nos anos 80, fundou em 2007 a iniciativa SING, convidando 23 artistas a gravar um álbum, cujos lucros foram destinados à compra de medicamentos, educação e protecção das mulheres e crianças sul-africanas ameaçadas pela Sida.

Annie Lennox, vestida com uma t-shirt com a inscrição “HIV Positivo”, recebeu a estatueta de bronze das mãos do ex-presidente da república sul-africana, Frederik de Klerk, Nobel da Paz em 1993 pelas reformas que acabaram com o apartheid em 1991.

Lennox contou como sua primeira viagem à África do Sul em 2003 lhe abriu os olhos para o problema, principalmente depois de um discurso de Nelson Mandela na ilha-prisão de Robben Island, onde permaneceu detido 26 anos, e qualificou como genocídio a pandemia de Sida em África.

Entre as 15 pessoas que já receberam o Nobel da Paz e que estavam na cúpula, destacaram-se eo chefe histórico do sindicato polonês Solidaridade, Lech Walesa, o ex-presidente soviético Mikhail Gorbachov, e Muhammad Yunus, fundador de um banco de microcréditos.

AFP – 12.11.2009
Fonte: CRIASnotícias

Sida e sexualidade feminina no centro do Fórum Sexo, Género e Saúde XXI

O Departamento de Antropologia da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) está a promover um concurso de Monografias Universitárias sobre (Homo)Sexualidades.

Em parceria com a Lambda – Associação pela Defesa das Minorias Sexuais, Fundo das Nações Unidas para a População e Pathfinder International, o concurso pretende estimular a reflexão acadêmica sobre o tema, além de propiciar evidências que possam informar as actuais e futuras estratégias de prevenção do HIV voltadas aos homens que fazem sexo com homens em Moçambique.

Para mais informações, acesse o edital do concurso aqui.

A data limite para submissão de candidaturas é 04 de Dezembro do corrente ano.

Fonte: CRIASnotícias

Lusófonos africanos discutem em Maputo saúde do adolescente e do jovem

Representantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) encontram-se, desde 17 de Novembro, reunidos no Kaya Kwanga, em Maputo, para discutir e beneficiarem de capacitação em matérias de saúde e desenvolvimento dos adolescentes e jovens.

O seminário, que termina nesta sexta-feira, 20 de Novembro, foi motivado pelo facto deste grupo – que representam um terço da população africana – ser o que mais contribue para o índice elevado da mortalidade materna, em 30 por cento.

Ademais, 65 por cento dos novos casos de infecção pelo HIV ocorrem também entre os adolescentes e jovens em África, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A ideia é que os representantes destes países discutam e entrem em consenso para um plano de acção conjunto no assunto.

Para tal, estão em análise questões como a recolha de informações estratégicas acerca da saúde do jovem, a melhoria das políticas regentes para este grupo, e o fortalecimento da coordenação e colaboração com outros serviços que atendem os jovens.

Nas apresentações de Moçambique, destaca-se a experiência obtida nos Serviços Amigos dos adolescentes e Jovens (SAAJ), informou a representante do Ministério da Saúde e uma das organizadoras do evento, Natércia Matule.

Além do Ministério da Saúde, o seminário recebe apoio para a sua realização da OMS, do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da Pathfinder Internacional.

André Manhice/Agência de Notícias de Resposta ao Sida – 18.11.2009
Fonte: CRIASnotícias

Assim como o presidente da África do Sul, Guebuza deveria vir a público fazer o teste de HIV para servir de exemplo, sugerem activistas

A informação de que o Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e os ministros do seu Governo virão a público se submeterem ao teste de HIV no 1º de Dezembro, Dia Mundial de Combate ao Sida, foi elogiada por activistas moçambicanos, que sugeriram a mesma atitude do Presidente de Moçambique, Armando Emílio Guebuza.

“Esta medida tomada pelo Governo sul-africano é um bom exemplo que devia ser seguido pelo nosso Governo”, disse o Coordenador Nacional do Movimento de Acesso ao Tratamento em Moçambique, César Mufanequiço.

Para ele, a Sida é vista pela população como uma doença de pobres, mas se o presidente vier a público fazer o teste, essa percepção, por parte da população, será desmitificada.

“As participações políticas não deviam ser apenas nos discursos, mas também em acções concretas como esta”, comentou Mufanequiço.

Joshua Mulondo, da Rede Moçambicana de Organizações contra a SIDA, a MONASO, acredita que o país está a precisar de uma atitude encorajadora como a de Zuma.

“Quem sabe a partir disso as pessoas mudam de comportamento. É necessário que os nossos governantes tomem posição semelhante”, disse.

O representante da Rede Cristã de Moçambique, Octávio Mabunda, defendeu a ideia de Guebuza vir a público fazer o teste de HIV, mas ressaltou que “isso sirva para sensibilizar a sociedade e não apenas para adquirir popularidade.”

O assunto ganhou notoriedade internacional no dia 15 do corrente mês com a publicação de uma reportagem do jornal canadiano Globe and Mail.

De acordo com o texto do jornalista Geoffrey York, que ressalta que o assunto já é destaque na comunicação social sul-africana, a ambiciosa campanha vai envolver médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde que indicarão o teste a todos os pacientes, e as celebridades exortarão a importância da testagem.

“Esta será uma campanha de mobilização massiva”, disse Zuma ao jornal. “Todos os sul-africanos precisam saber o seu estado de seropositividade e ser informados sobre as opções que têm de tratamento”, acrescentou.

As relações históricas entre Moçambique e África do Sul que vão desde o apoio da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) contra o apartheid no país vizinho, passando pelo casamento de Graça Machel com Nelson Mandela, pode agora ter um capítulo importante na luta contra o estigma, caso os presidentes dos dois países venham, realmente, a fazer o teste em público.

Para o Dia Mundial de Combate ao Sida deste ano, Moçambique prepara-se justamente para focar na importância do teste de HIV.

No 1º de Dezembro de 2007, quando o assunto foi o mesmo, Guebuza esteve na Cerimónia Central, onde estavam presente várias unidades de aconselhamento e testagem, mas não fez o teste.

Será desta vez?

Os activistas pela luta contra o HIV e Sida em Moçambique pedem que sim.

Antónia Chagua/Agência de Notícias de Resposta ao Sida – 18.11.2009
Fonte: CRIASnotícias

África do Sul: Presidente Zuma e seus ministros irão fazer o teste de HIV em público no Dia Mundial de Luta contra a Sida

Se há pouco tempo o Governo da África do Sul era criticado por estar a indicar alho e beterraba para o tratamento da Sida, em breve, o país presidido por Jacob Zuma deverá receber elogios internacionais no combate dessa epidemia.

De acordo com o jornal Globe and Mail, do Canadá, Zuma e seus ministros planeiam fazer o teste de HIV em público no próximo Dia Mundial de Luta contra a Sida, 1 de Dezembro.

O teste será parte de uma grande expansão da testagem do HIV na África do Sul, onde segundo as Nações Unidas, 18.1 por cento dos adultos são seropositivos.

O antigo presidente, Thabo Mbeki, tornou-se famoso por questionar o valor dos antiretrovirais e por ter sugerido a possibilidade da Sida não ser causada pelo HIV.

Um estudo recente, dirigido por pesquisadores da Universidade de Harvard, Estados Unidos, revelou que a hostilidade do Governo Mbeki para o tratamento padrão da Sida causou 365 mil mortes prematuras na África do Sul entre 2000 e 2005.

Mbeki sempre se recusou a fazer o teste, apelidando-o de “golpe publicitário”, apesar de evidências mostrarem que o teste pode ajudar a prevenir milhares de óbitos.

A ministra da Saúde do Governo Mbeki, Manto Tshabalala-Msimang, propôs que a Sida fosse tratada com remédios tradicionais africanos como o alho, o sumo de limão e a raiz de beterraba, apesar de saber que milhares de sul-africanos estavam morrendo por falta de acesso aos antiretrovirais.

Tshabalala-Msimang reclamava que os medicamentos eram muito “tóxicos.”

O próprio Zuma havia apresentado ignorância sobre as questões da epidemia durante o seu julgamento por acusações de estupro em 2006, quando ele testemunhou que tinha tomado um banho depois do sexo com uma mulher seropositiva para se proteger do vírus.

Mas agora, segundo o Mail and Globe, o Governo sul-africano está a fazer uma mudança radical contra a epidemia.
Em uma série de discursos nas últimas semanas, Zuma e seu Ministro da Saúde, Aaron Mutsoaledi, instaram para uma batalha urgente contra a Sida.

Eles alertaram que uma rápida escalada da epideia está dizimando o país, matando especialmente cidadãos com menos de 50 anos.

“Onde quer que vá por todo a África do Sul, você ouve pessoas lamentando a frequência com a qual perdem seus familiares e amigos”, afirmou Zuma, acrescentando que,”com essa taxa, existe um perigo real de que o número de mortes supere o número de nascimentos”.

Em uma apresentação do último relatório da Sida, semana passada, o actual Ministro da Saúde culpou o Governo dos últimos 10 anos pelo actual cenário.

“Nossa atitude em relação ao HIV e SIDA nos coloca onde estamos. No passado, nós não estávamos a combater o HIV, mas sim estávamos lutando uns contra os outros”, rematou.

O teste público de Zuma, bem como a nova e ambiciosa campanha geral, deverá ser anunciado no dia 1 de Dezembro.

A ideia é médicos e enfermeiros oferecerem o teste de HIV a todos os seus pacientes, e às celebridades cabe a missão de exortar a importância da testagem.

“Esta será uma campanha de mobilização massiva”, disse Zuma. “Todos os sul-africanos precisam saber o seu estado de seropositividade e ser informados sobre as opções que têm de tratamento”, acrescentou.

Um grupo de activistas da organização Treatment Action Campaign (Campanha de Acção para o Tratamento, em Português), disse que o discurso de Zuma foi um dos mais importantes na história do combate ao HIV e Sida no país.

“Com este discurso apoiado pelo Governo, a luta contra Sida toma outro rumo”, disse um dos membros do grupo.

Jacob Zuma prometeu diminuir a taxa de novas infecções pela metade e fornecer antiretrovirais para 80 por cento das pessoas que deles precisam até 2011.

Globe and Mail – 17.11.2009

Fonte CRIASnotícias

22 de novembro de 2009

Saúde Vacina contra gripe A encomendada por Portugal divide autoridades suíças

A vacina contra a gripe A encomendada por Portugal continua a gerar algumas dúvidas lá fora. Na Suíça, por exemplo, a autoridade do medicamento insiste em não administrar a Pandemrix a pessoas com menos de 18 anos e a mulheres grávidas. Contudo, o organismo responsável por questões de saúde pública, à semelhança da agência europeia do medicamento, já reiterou a segurança da vacina da farmacêutica GlaxoSmithKline a partir dos seis meses de idade.

“A autoridade suíça do medicamento continua a não autorizar a utilização da Pandemrix nas crianças com menos de 18 anos”, explicou hoje à AFP o vice-director da Swissmedic, o organismo do país equivalente ao Infarmed em Portugal. Da mesma forma, Hans-Beat Jenny informou que a vacina pandémica deste laboratório britânico continua também interdita a mulheres grávidas.

Em causa está o adjuvante que é administrado juntamente com a vacina e que visa potenciar o seu efeito. A Pandemrix não foi aprovada pelos Estados Unidos devido à presença do adjuvante esqualeno na sua composição, que alegadamente poderia causar danos à saúde dos que a tomam. Mas o Infarmed já esclareceu que o esqualeno tem sido utilizado em várias vacinas e é, aliás, uma substância que está naturalmente presente no organismo.

Mas, mesmo dentro da Suíça, esta decisão não gera consenso. O organismo de saúde pública que depende do Ministério do Interior desde a semana passada que recomenda que a vacina britânica seja administrada a partir dos seis meses de idade. “A vacina Pandemrix é preferencialmente recomendada, a partir dos seis meses, pois permite obter em todas as idade uma protecção muito boa com uma só dose (salvo para os indivíduos imunodeprimidos)”, explicou o organismo, citado pela AFP. Uma diferença de opiniões que está a comprometer a campanha de vacinação no país, lançada em meados de Novembro, e que está a decorrer de forma “lenta” e “confusa”.

Recorde-se que na sexta-feira a autoridade europeia do medicamento (EMEA) comunicou que basta uma dose de vacina, se a pessoa não for imunodeprimida, para que a vacina contra a gripe A seja eficaz, o que permite que Portugal imunize cerca de seis milhões de pessoas. De um total de 152 mil doses disponíveis para hospitais e centro de saúde, cerca de 50 mil já foram administrados nos centros de saúde.

Num comunicado, a agência referiu que os dados das várias vacinas foram revistos e reafirma a segurança e eficácia dos três produtos no mercado europeu (Celvapan, Focetria e Pandemrix, esta última a escolhida para Portugal). Segundo explicam, no caso da Focetria e da Pandemrix uma única dose é capaz de garantir a resposta imunitária suficiente para proteger o organismo do vírus H1N1 em alguns grupos etários. No caso do produto disponível em Portugal, bastará uma dose para as crianças a partir dos dez anos, adolescentes e para os adultos (incluindo os idosos). Doentes crónicos e crianças com idade inferior aos dez anos deverão receber duas doses.

Efeitos secundários são os esperados

Também na sexta-feira, a EMEA informou que as pessoas que já foram vacinadas na União Europeia permitiram comprovar que as vacinas pandémicas não estão a provocar efeitos secundários além dos que eram esperados: febre, náuseas, dores de cabeça, reacções alérgicas e reacções no local da injecção. "Um muito reduzido número de casos da Síndrome Guillain-Barré e de morte fetal foi reportada em doentes que foram previamente vacinadas", acrescenta o comunicado, concluindo que está a ser reunida a informação mas que, com base no que se sabe, não existe evidência de uma ligação destes casos à vacina.

Por seu lado, na quinta-feira, a Organização Mundial de Saúde informou que reuniu informação de 16 dos 40 países onde estão a decorrer as campanhas de vacinação contra a gripe A e reafirmou que os 80 milhões de doses administradas comprovaram que os efeitos adversos são "raros" e estão dentro do previsto. Por isso, a OMS insiste que a vacina é tão segura como a sazonal e muito importante para prevenir os efeitos da pandemia nos principais grupos de risco - como grávidas e crianças. A organização assegura, ainda, que não houve nenhuma morte que se possa atribuir à vacina.

Fonte PÚBLICO.PT

Se correu alguma situação de risco

Quanto mais cedo for detectada a infecção mais eficaz será o tratamento e mais anos de vida terá.